Integração das gerações: é assim que se vive!

Por Josué Melo Salgado
Fonte: www.stbnm.org.br

“Quem espera em Cristo não pode mais contentar-se com a realidade dada, mas começa a sofrer por causa dela, a contradizê-la. Paz com Deus significa inimizade com o mundo, pois o aguilhão do futuro prometido arde implacavelmente na carne de todo presente não realizado.” (Jürgen Moltmann. Teologia da Esperança. São Paulo: Herder 1971, p.9).

Quem espera em Cristo não se contenta com a realidade, mas a contradiz. Quem espera em Cristo não se contenta com as imperfeições, suas e dos outros, e procura contradizê-las, não só com discurso, mas, sobretudo, com a prática. Moltmann captou a essência da esperança cristã, que não é algo apenas exterior a quem espera, mas que envolve, sobretudo, ações concretas, que procuram realizar o que se espera.

Assim o crente procura constantemente aperfeiçoar-se em direção à esperança cristã, naquilo que Deus espera dele e naquilo que, como conseqüência, ele mesmo espera de si e dos seus irmãos.

A esperança cristã não pode prescindir da unidade do Corpo de Cristo. Por outro lado, a unidade cristã não significa uniformidade, mas comunhão até mesmo com o que é contraditório. É por isso que a Palavra de Deus nos inquire: “Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.” (1 Co 12.17,18).

A Palavra de Deus nos orienta a buscarmos o aperfeiçoamento como Corpo de Cristo, através da compreensão e da efetiva realização da integração entre gerações distintas. A Igreja de Cristo é composta de várias gerações e, segundo o texto bíblico acima citado, isso é vontade e propósito de Deus para que aprendamos a conviver com as diferenças de forma integrada.

Parafraseando o texto bíblico, dizemos o seguinte: “Se todos os membros fossem idosos, onde estariam os jovens? E se todos os membros fossem jovens, onde estariam as crianças? Mas agora Deus colocou todas as gerações na Igreja, cada uma como quis.” É assim que a igreja funciona. São crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos expandindo o reino de Deus.

Se a Igreja é multifacetária, significa que nenhuma geração pode ter o monopólio do estilo e das formas, sob pena de reduzir o que Deus na verdade multiplicou. Em termos bem práticos, se jovens gostam de cânticos mais animados e o uso de instrumentos como guitarra e bateria nos cultos, a igreja deve ser acessível. De um lado a igreja deve patrocinar e proporcionar esse jeito mais jovem de louvar, e por outro deve ser sábia para não acabar por monopolizar esse jeito mais jovem de louvar, alijando assim os mais idosos.

Aprender a conviver e respeitar as diferenças entre as gerações é acatar a sabedoria divina, que pôs no Corpo todas as gerações, como quis; é caminhar em direção ao seu auto-aperfeiçoamento com respeito à diversidade do Corpo de Cristo; é favorecer a integração de todas as gerações no mesmo Corpo.

Lembre-se de que estamos nos preparando para a eternidade e lá não haverá “departamentos” para crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. É um Senhor e um céu para todas as gerações.

Josué Mello Salgado
Pastor e Professor, DF


Deixe seu comentário neste blog ou (se preferir) no blog do Seminário Teológico Batista do Norte de Minas, clicando aqui.

Comentários

  1. Compreensão, diversidade, ações e prática. Sábias palavras.

    ResponderExcluir
  2. Valeu mano.
    Obrigado por seu comentário.

    Isso mostra que todo mundo pode mudar. Uma mudança radical, para melhor a meu ver.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O galo que cantava para fazer o sol nascer

Uns são outros não são

Maldito Thor!